White Void – “Anti” (2021)

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White Void“Anti” (2021)
Nuclear Blast
#ProgressiveRock, #GothicRock, #NewWave

Para fãs de: Ghost, Marillion (Fish era), Lúcifer, Powerwolf

Nota: 9,0

A humanidade sempre teve suas próprias questões filosóficas a serem respondidas e essa é a abordagem que o White Void faz em seu álbum de estreia “Anti”: uma viagem exploradora aos aspectos mais ocultos da vida. Apesar de não ser um álbum conceitual ele gira em torno da teoria do absurdo do filósofo francês, nascido na Argélia, Albert Camus, composta por seus “três absurdos”: “O Estrangeiro” (romance), “O Mito de Sísifo” (ensaio) e “Calígula” (peça), que mostram a crença de que os seres humanos existem em um universo caótico e sem propósito.

Não se preocupe em pensar que ao avançar pelo álbum as coisas farão mais sentido, porque, propositalmente, não farão. Cada música possui diversas camadas aonde muita coisa acontece ao mesmo tempo, mostrando que o mundo ao nosso redor nem sempre fará sentido.

Para retratar algo tão “absurdo” a banda juntou Rock anos 70, Pós-Punk, Blues Rock, New Wave britânica, Rock Progressivo, Stoner, Rock Gótico, Black Metal Norueguês e Música Eletrônica no mesmo caldeirão. Tinha tudo para dar errado, mas não deu. Essa desarmonia experimental, emocional e melodiosa criou uma atmosfera perfeita para passearmos por uma paisagem sonora única, coesa e fascinante.

Músicas como “Do.Not.Sleep”, “This Apocalypse Is For You”, “Where You Go, You’ll Bring Nothing”, “All Chains Rust, All Men Die” fazem de “Anti” uma explosão de ideias conflitantes e sons melodiosos sobre temas sombrios, pessimistas e insanos. Como diz a letra de “The Shovel and the Cross” (outro petardo): “Estou aqui contra a minha maldita vontade”. Épico!

Palmas para Lars Nedland (Borknagar, Solefald, vocais), Tobias Solbakk (Ishahn, bateria), Vegard Kummen (baixo) e o guitarrista de blues Elvin Marum por, não apenas criarem um som que desafia rótulos e definições, mas por não terem medo de ir aonde a música os levou. Seu álbum de estreia é um soco na cara que em vez de deixar um gosto de sangue na boca deixa um “quero mais” mostrando que o músico deve seguir sempre seus instintos.

“Anti” traz todas as respostas que precisamos? Não. Nem era essa a intenção. Na verdade, ele muda as perguntas para aguçar o desejo da humanidade em buscar seu próprio significado.

Prepare-se para expandir sua mente! Fascinante!

João Paulo Gomes

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