Cadaver – “The Age of The Offended” (2023)

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Cadaver – “The Age of The Offended” (2023)

Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#DeathMetal #BlackMetal #ThrashMetal

Para fãs de: Carcass, Aura Noir, Celtic Frost, Death

Texto por Lucas David

Nota: 8,0

Com o lançamento de seu sexto álbum de estúdio, “The Age of The Offended”, o Cadaver tem uma mensagem a passar para todos nós: a humanidade é um lixo, e a sociedade em que vivemos nos dias de hoje também. Porém, dessa vez a banda usou uma música que é levada a uma direção um pouco diferente dos álbuns anteriores, mas com a mesma força pela qual são conhecidos.

O homem por trás disso, Anders Odden, não esconde seu desdém pelo mundo de hoje. Na verdade, ele mostra toda sua paixão pela cena do metal extremo do início dos anos 90, que era tudo menos politicamente correta. A vibe “foda-se o mundo, vamos ofender a todos com nosso trabalho”, faz desse disco algo explicito, desagradável e sujo. Poucas audições depois e você entenderá do que estou falando.

O disco traz uma variedade grande de elementos de diversos subgêneros com Death, Black, Grind e toques de industrial também, como podemos ver na faixa “Scum Of The Earth”, que fala sobre a estupidez humana, as polarizações que existem na religião e política que dificultam a compreensão de qualquer coisa. Ela também tem uma levada com groove e elementos punk. Importante ressaltar que a banda tem técnica suficiente para realizar toda essa mistura, e acertam em cheio em todas.

“The Age of the Offended” é outra música raivosa que se afasta muito da fórmula usual do Cadaver, mas com elementos do passado presente, como a volta do contrabaixista Eilert Solstad, que tocou com a banda no disco de 1992, “In Pains”. A faixa também apresenta uma surpresa em seu videoclipe: a participação da lenda da guitarra norueguesa Ronni Le Tekro, mais conhecido por ter tocado na banda de Hard Rock TNT. Ninguém imaginaria tal mistura, porém ela acontece, e funciona muito bem.

“Crawl of The Cadaver” tem um groove pesado e maciço que atinge você bem no peito. Ela serve como exemplo de que a banda é muito maior que rótulos e sua gama de convidados traz uma energia a mais para o disco. No entanto, não são todas as faixas que trazem esse “novo” Cadaver para o ouvinte.

Existem aqui diversas faixas que irão satisfazer aqueles que amam o bom e velho Death Metal. “Death Revealed” tem uma ótima amostra da técnica do baterista Dirk Verbeuren, com uma pegada anos 90. Em “The Drowning Man” e “The Sicker, The Better” temos um forte aceno para o Grindcore, mas infelizmente essas faixas representam a minoria no disco.

Eu conheci o Cadaver pelo álbum anterior (Edder & Bile), logo depois fui atrás dos discos mais antigos, e devo admitir que tive um pouco mais de dificuldade em assimilar esse novo trabalho. Estava esperando um disco de Death Metal pesado e tradicional, e recebi algo bem diferente. Isso não é ruim, pois mostra como a banda pode ir por outros caminhos e ainda assim entregar um ótimo trabalho. Portanto, mesmo considerando o disco anterior melhor do que “The Age of The Offended”, não é possível dar uma nota baixa, já que temos um trabalho a altura do Cadaver, para os velhos fãs e para aqueles que buscam algo novo e original.

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