Echoes of Death – “In The Cemetery” (2018)

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Echoes of Death – “In The Cemetery” (2018)
Black Hole Productions
#DeathMetal#OldSchoolDeathMetal

Para fãs de ObituaryAsphyxAutopsyPestilence

Nota: 10

É muito gratificante receber o material de uma banda nova, em seu álbum de estréia, e logo de imediato haver uma conexão, tendo seus anseios sendo prontamente correspondidos. Pode parecer algo banal, mas é isso que faz a mágica acontecer.

“In the Cemetery”, primeiro álbum do Echoes of Death, é um primor de Death Metal visceral e primitivo. E quando digo “primor”, tenha certeza de que é na mais pura e genuína acepção da terminologia. Atualmente, o Death Metal vem sofrendo transformações, aprimoramentos, que em muitos casos causam a total descaracterização e desconstrução da essência original. Felizmente, essa não é a realidade prezada pelo Echoes of Death.

O quarteto cearense mergulha de cabeça nas décadas anteriores, restaurando para os dias atuais aquele som sujo, feio, seboso e fétido, características que formam primordialmente a síntese do estilo. A sonoridade angustiante, perturbadora e sepulcral é obedecida à risca em cada momento do disco, não cedendo lugar a melodia ou texturas estapafúrdias. É apenas e tão somente o lamento infernal dos recônditos mais abissais.

No primeiro verso vomitado de “Hanged on the Cross”, já constatamos que o vocalista e guitarrista Jardel Stick (que curiosamente integra outra formação local de um estilo totalmente oposto, o Crossover/Hardcore, o Damn Youth) teve em sua grade curricular os melhores professores. É inevitável pensar em Martin van Drunen (Asphyx) e John Tardy (Obituary).

E a música? Pois bem, meus queridos, segue bem os preceitos ditados pelas bandas destes ilustres figurões da extremidade sonora, além de incluir aquela atmosfera macabra e o odor nauseabundo de geladeira de necrotério pifada, na estirpe de um Autopsy da vida. Agora me diz se essa não é a banda dos sonhos de qualquer entusiasta do estilo? E sabendo disso, os sujeitos descem a lenha vigorosamente em seu arsenal, dando vida as mais pesadas, cáusticas e repulsivas composições que o ouvido humano pode suportar.

“In The Night of the Beast” e “The Depts of Empty” oferecem uma viagem de volta a um território onde só os fortes sobreviviam e se destacavam. Soa datado? Sim, mas e daí? Justamente por isso é tão bom. Echoes of Death é o Death Metal como ele deve ser e deveria sempre ter sido: orgânico, pulsante e brutal. Mas não pense que tudo são flores, pois “In The Cemetery” perece de um grave e imperdoável problema: ele acaba logo. A nota máxima é um mero detalhe e não faz jus a real qualidade deste álbum. Sensacional!

Ricardo L. Costa

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