Eluveitie – “Ategnatos” (2019)
Nuclear Blast
#FolkMetal, #FolkDeathMetal
Para fãs de Ensiferum, Arkona, Cellar Darling
Nota: 9,5
Chrigel Glanzmann pode até não querer para si o fardo de bastião da cultura gaulesa, mas, para nossa felicidade, o Eluveitie vem se tornando um dos maiores nomes do Folk Metal mundo afora e a “palavra celta” vem sendo espalhada de maneira cada vez mais competente. Agora, com “Ategnatos” (pronuncia-se Aterrinatos), o principal compositor, vocalista e multi-instrumentista do grupo suíço mostrou toda a maturidade que essa nova fase da banda encontrou depois da saída repentina de importantes membros em um passado recente.
Falando em integrantes dessa nova geração da banda. o trabalho da vocalista Fabienne Erni é excepcional, mostrando seu valor quando os guturais de Chringel abrem espaço para seu timbre que oscila entre o doce e aquele vibrato/gritado que cai como uma luva na proposta folk dos suíços. Excelentes hits como “Ambiramus” e “Breathe” ganharam um contorno especial justamente por serem músicas onde o vocal de Fabienne, que também toca harpa, sobressaiu.
O lado Death Metal dá as caras, como de praxe no trabalho do Eluveitie, e pesos-pesados como “Mine is The Fury” e “Deathwalker” vão servir para abrir aquelas rodas de mosh nos shows. O ponto alto de “Ategnatos”, no entanto, são as passagens mais melódicas, com o dueto entre as vozes e toda sorte de instrumentos sendo colocados nas camadas das músicas. A parte mais crua, voltada ao Death, poderia ter aberto mais espaço para o Folk, mas vamos compreender a necessidade de Chringel de mostrar peso.
Por fim, o novo trabalho do Eluveitie é uma continuação e uma evolução consistente do que a banda vem apresentando. A imensa variedade de instrumentos e a grande liberdade criativa fazem com que a audição seja um momento inesperado atrás de outro, e isso é muito bom para o metal em geral. São essas misturas, inovações e pensamentos fora da caixinha que podem apontar novas direções, algo sempre bem-vindo.
Gustavo Maiato