Fleshgod Apocalypse – “Opera” (2024)
Nuclear Blast | Shinigami Records
#SymphonicMetal #SymphonicDeathMetal #TechnicalDeathMetal
Para fãs de: Behemoth, Dimmu Borgir
Texto por Mauro Antunes
Nota: 8,5
Há algum tempo, tive a oportunidade de ver a banda ao vivo em São Paulo/SP, e posso dizer a você, caro leitor, que é uma experiência grandiosa, como poucas vezes tive em shows em bares fechados. A pegada dos caras é impressionante, daquelas que não deixam a plateia respirar. Se alguém vacilar, a própria banda chama a atenção do público para mantê-lo aceso e dar ao show aquele clima de Metal extremo brutal.
“Opera” já é o 6º trabalho de estúdio desta banda italiana que veio para ficar. Nem só de Power Metal vive o Heavy Metal na “terra da bota”. O incrível é que o tempo passa, e o som deles continua cada vez mais pesado e, ao mesmo tempo, límpido e cristalino como água, fruto também da já longa parceria com a Nuclear Blast.
O que ouvimos é insanidade pura, cirurgicamente misturada a belos arranjos orquestrais e, claro, os duetos de Francisco Paoli e da soprano Veronica Bordacchini (essa mulher no palco é a insanidade em pessoa!). Destaques para “I Can Never Die”, a pesadíssima “Pendulum” e a melhor de todas, “Bloodclock”, que tem um riff principal excelente, aliado a passagens mais cadenciadas, além de uma interpretação cirúrgica da já citada soprano; o minuto final desta faixa é capaz de arrepiar qualquer fã de boa música, mesmo que não seja tão chegado ao estilo.
Em “Morphine Waltz”, acredito que eles exageraram na mixagem, e os arranjos orquestrais ficaram altos demais, abafando os instrumentos, chegando a soar como seus compatriotas do Rhapsody of Fire. “Till Death Do Us Part”, por exemplo, não é tão difícil imaginá-la no Nightwish mais recente, já que a faixa é quase toda da soprano, e ela não faz feio, nem um pouco sequer. Essa é, digamos, a faixa mais acessível do disco.
Se o Dimmu Borgir foi o precursor do estilo, bandas como Carach Angren e Fleshgod Apocalypse o difundiram e expandiram seus horizontes. Hoje, o Metal Extremo Sinfônico ganha mais e mais adeptos. Para aqueles que curtem a proposta, eis aqui uma banda que você não pode ignorar de forma alguma, já que é um dos pilares atuais da cena. Aqueles que não curtem muito vocal lírico feminino, esqueçam! Mas quem gosta, pode ir com fé, pois a qualidade aqui é de primeira.