My Dying Bride – “A Mortal Binding” (2024)

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My Dying Bride – “A Mortal Binding” (2024)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#GothicMetal #DoomMetal

Para fãs de: Paradise Lost, Anathema

Texto por Mauro Antunes

Nota: 9,0

Quando surgiu no início dos anos 90, o My Dying Bride era um oasis no deserto. Sua música soava sombria, trevosa e extrema, mesmo sem a preocupação de tocar rápido ou soar como uma banda Black. Álbuns como “Turn Loose the Swans” (1993) e o fabuloso “The Angel and the Dark River” (1995) escancararam ao mundo o quanto uma banda pode ser pesada e macabra sem precisar de estripulias visuais, sendo apenas naturais (“Black Voyage” é uma das músicas mais impactantes que já ouvi na vida!).

Eis que, em 1998, lançam o insosso e com título pra lá de esquisito “34.788%… Complete”, onde resolveram dar toques mais, digamos, experimentais que, ao meu ver, passaram um pouco do ponto ao limite do aceitável, mesmo para os fãs mais fervorosos, no qual me incluía naquela época. Depois disso, confesso a você, caro leitor, que andei deixando a banda um pouco de lado.

Mas como o bom filho à casa torna, dei uma nova chance aos britânicos em “The Ghost of Orion” (2020) e, embora não soassem tão agressivos quanto poderiam, ao menos voltaram a fazer música sem firulas, e me animei (pero no mucho!) um pouco e voltei a degustar a banda sem nenhum pé atrás.

Aí, em 2024, veio este ótimo “A Mortal Binding”, seu melhor disco dos últimos 28 anos, onde temos ao todo 7 petardos destrinchados em pouco mais de 54 minutos de audição. A abertura com “Her Dominion” é muito pesada, com o vocalista Aaron Stainthorpe destilando seu gutural em várias passagens.

Os riffs de “Thornwyck Hymn” fazem com que esta faixa se torne um hino, com o perdão do trocadilho pra lá de infame, sem falar dos arranjos de teclado incrivelmente bem encaixados. Aaron mais uma vez se destaca, estilhaçando melodia em todos os versos da letra.

Outro destaque vem com “Unthroned Creed”, que começa com um riff destruidor com diversas variações de andamento e uma atuação impecável do baterista Dan Mullins, que ano passado retornou à banda. “The Apocalyptist” é a que mais se aproxima dos tempos áureos, com seu andamento arrastado repleto de riffs e solos insanos. Aqueles 11 minutos de duração que passam voando e você nem percebe. Só ela vale o disco!

Mas ainda não acabou, as ótimas “A Starving Heart” e “Crushed Embers” mantêm o clima soturno tão característico do My Dying Bride e deixam no ar aquele gosto de quero mais, muito mais!

Creio que o fato de terem assinado com a Nuclear Blast os tenha feito perceber que não é preciso experimentar, e tocar Metal é aquilo que sabem fazer de melhor. É incrível e notória a capacidade do My Dying Bride de fazer um som pesado e macabro sem precisar tocar à velocidade da luz. Coisa de gente grande, gente que sabe o quanto são bons. Definitivamente, a banda voltou ao meu radar e espero que entre também no seu, caro leitor, caso ainda não esteja. Bom demais!

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