Pain – “I Am” (2024)

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Pain – “I Am” (2024)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#IndustrialMetal #IndustrialRock #TechnicalMetal

Para fãs de: Rammstein, Samael, The Kovenant, Nine Inch Nails, Combichrist

Texto por Johnny Z.

Nota: 8,5

Para começar esta resenha, digo a simples frase: Peter Tägtgren é um gênio! Se você discorda, tem o direito de estar errado. Talvez o grande erro das pessoas seja associar seu nome ao Hypocrisy e achar que tudo o que ele faz soa igual. Um erro crasso, pois o Pain é algo mais viajante, atmosférico (leia-se sombrio), não menos pesado, mas com toques leves de gótico e até eletrônico em seu industrial metal de primeira classe. Sempre achei que a sonoridade polida do Pain fosse um híbrido do Depeche Mode malvado com Rammstein, trazendo batidas energéticas, peso, refrões marcantes com sintetizadores vibrantes e uma energia amplamente positiva.

Para aqueles que não sabem, Pain não é apenas um projeto solo de Peter, pois já está na ativa há quase 30 anos, entrando em pequenos hiatos quando o Hypocrisy volta com tudo, e vice-versa.

Em “I Am”, o nono álbum de sua carreira, lançado oito anos após o excelente “Coming Home”, Peter retorna com força total, trazendo influências dramáticas e sonoridades oitentistas de Synth Wave e até Synth Pop, como bandas do calibre de The Mission, tudo embalado numa tenacidade de metal industrial e atmosférico. O ouvinte parece flutuar ao ouvir as 11 faixas do álbum, absorvendo todas as camadas e entrando no multiverso de Peter com frescor e nuances próximas de sua realidade. Bons exemplos disso são as faixas “I Just Dropped By (To Say Goodbye)”, “Don’t Wake The Dead” (cheia de groove) e a bem Synth Pop repleta de sintetizadores “Go With The Flow”.

Os refrões da calma “I Am” são um destaque à parte, pois muitas faixas, logo na primeira audição, têm refrões que você já canta com fluidez. A própria faixa-título, “Don’t Wake The Dead” e “Not For Sale” são bons exemplos disso. Mas calma, aos amantes do peso e agressividade, temos também a pesada “Push The Pusher” e a quase Death Metal “The New Norm”, faixas que provavelmente causarão um grande impacto nos shows ao vivo.

A dançante “Party in My Head”, lançada durante a pandemia como single – sim, todo o processo de criação do álbum “I Am” teve início no período de lockdown – se tornou um hit, pois era o toque alegre e divertido que o mundo precisava naquela ocasião.

Também temos faixas mais climáticas, cadenciadas e lentas, como “My Angel” e “Fair Game”, que fecham o álbum de uma forma bem anos 80 e cheia de nostalgia, com um clima melancólico.

Outro fator interessante deste trabalho é a participação do filho de Peter, Sebastian Tägtgren, como baterista e também compositor das faixas “Revolution” e “Don’t Wake The Dead”. Esta parceria renderá muitos bons frutos no futuro, pois é nítido que Sebastian entende do assunto. Com um professor em sua vida desde que nasceu, o que mais ele poderia querer? (risos)

Não estamos diante de um álbum que mudará a história da música, aliás, acredito que nunca mais teremos isso. No entanto, a audição de “I Am” agradará a todos, não só quem gosta de metal, industrial, synth wave, synth pop… ou seja, quem gosta de música com alma, vá fundo em “I Am” e viaje para um lugar fascinante!

Mas, se você é daqueles tr00zões xiitas da brigada do Metal, melhor escutar seu Venom e não encher o saco de ninguém (risos).

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