Stone Age A.D. – “The Awakening Of Magicians” (2018)
Independente
#BluesRock, #ClassicRock, #HardRock, #ProgressiveRock
Para fãs de: Led Zeppelin, Deep Purple, Black Stone Cherry, Black Crowes, Bad Company
Nota: 9,0
A gente acha que em determinada idade a vida não reserva mais surpresas, mas a música é mágica, transformadora e tem o poder de sempre surpreender. Assim, sem pressuposição, fui tomado de assalto ao ouvir o álbum de estreia do Stone Age A.D.: “The Awakening Of Magicians”.
Oriundo de Cataguases (MG), o grupo é formado por Philipe Antunes (Vocais), Matheus Campista (guitarra), Leandro Abrita (baixo), Marcelo Athouguia (bateria) e Frederico Fontes (teclados). Um quinteto virtuoso, de qualidade e bom gosto impressionantes, que faz um mix de Hard, Classic e Blues Rock, com impressão digital própria. Ao transitar por essas vertentes, com irrepreensível desenvoltura, eles nos apresentam um álbum que une as canções em torno de um mesmo princípio enquanto concebe identidade única a cada uma delas.
Como disse Campista: “O princípio do álbum é o ser-humano lutando entre o bem e o mal, a luz e a sombra. Falamos sobre o cotidiano: relacionamentos, amor, busca da elevação das virtudes e o afastamento das sombras que nos perseguem. O “mago” é o indivíduo que atingiu a plenitude do autodomínio e é senhor do seu passado, presente e futuro. Com base nisso, as músicas relatam a transição do abandono do passado de dor e primitivismo a um futuro de positivismo, amor, paz e luz, onde as pessoas que atingirem essa meta serão os “magos” da nova era!”
Baseado nisso o Stone Age A.D. nos presenteia com um espetáculo sonoro de quase uma hora onde mescla perfeitamente peso, substância, harmonias impressionantes e melodias surpreendentes com a sonoridade do rock dos anos 70.
Seja no “rockão” “Ancient Tradition”, no “blusão” cheio de “groove” “Meek Dog” (gaita de Rogério Farage), na egípcia “zeppelliana” “Akhenaton” com seu riff estonteante, na espetacular “My Friend” (Warney no órgão Hammond) com um trabalho de baixo excepcional e um dos solos mais belos dos últimos anos, na paulada “hardrockiana” “Judas”, na “Stoneana” “Never as Before” (piano de Dudu Vianna), na incrível, única e envolvente “Never As Before” ou em “Shining Day” que nos leva aos primeiros anos do Whitesnake. Mas o que escrever sobre a apoteótica música título? Uma verdadeira sinfonia com dedilhados, arranjos de cordas e vocais sacros. Tão emblemática que deixa um gosto de “quero mais”.
O Stone Age A.D. é responsável por um dos grandes álbuns de 2018 e crava seu nome na história da música brasileira. Faça um favor a si mesmo e viva essa experiência única.
Brilhante e essencial!
João Paulo Gomes