Suffocation – “Effigy of The Forgotten” (1991)

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Suffocation“Effigy of The Forgotten” (1991)
Roadrunner Records
#DeathMetal, #TechnicalDeathMetal

Para fãs de: Immolation, Incantation, Morbid Angel

Nota: 9,0

O ano de 1991 pode ser considerado o melhor para o Death Metal. Bandas seminais para o estilo lançaram seus discos de estreia/conceituados como “Human” (Death), “Immolation” (Dawn of Possession), Cannibal Corpse (“Butchered at Birth”, que inclusive tem resenha aqui no site) e por aí vai. A lista é extensa e mostra a força do estilo na época, mas hoje falaremos de um dos mais brutais feitos nesse período. “Effigy of The Forgotten”, do Suffocation, é um álbum que expressas toda uma brutalidade e selvageria da cena americana, completando 30 anos de seu lançamento, e que permanece com o mesmo nível de extremidade até hoje.

Sendo lançado após o EP “Human Waste”, que já causou um certo rebuliço, o primeiro álbum trouxe um som que, inicialmente, parecia meio difícil de assimilar, mas que pode ser apreciado e levando a descobrir novas camadas a cada audição. O estilo vocal de Frank Mullen incorporou o adjetivo brutal aplicado à florescente cena do Death Metal no início dos anos 90. Junto a isso, a bateria de Mike Smith era algo para ser notado e destacado, além do baixo de Josh Barohn, que formam uma cozinha consistente e fica nos holofotes da carnificina. Eles ditam o ritmo das canções com um trabalho perfeito, dando a base para o ritmo incansável das guitarras de Terrance Hobbs e Doug Cerrito. Coloque nessa mistura uma arte de Dan Seagrave (responsável pelas capas mais clássicas como “Altar of Madness”, “Left Hand Path” e “Like an Ever Flowing Stream”) e a produção do renomado Scott Burns no Morrisound Studios e temos um verdadeiro clássico do Death Metal.

As faixas constroem uma parede tão solida que ao final da audição você se sentirá esmagado por ela. O disco abre com “Liege of Inveracity” que começa com uma sequência de blast beats e viradas insanas, os vocais soando monstruosos e um trabalho de guitarras que despeja riffs do mais potente metal. A faixa-título também é uma destruição sonora, com quebras de ritmos e partes mais cadenciadas, e conta com um solo fantástico.

“Infecting the Crypts” é uma das canções que representa o Death Metal em sua forma mais pura e clássica. A letra, o ritmo, as quebras e a velocidade das guitarras com riffs que vão grudar em sua mente, fazem desta um destaque no disco. Já “Seeds of Suffering” (minha faixa favorita) começa com um ritmo até mais Thrash e segue nessa velocidade, alternando entre partes mais cadenciadas, momento esse que mostra toda a técnica da banda, com cada instrumento dando uma verdadeira aula. Se não se sentir totalmente entregue a essa quadra inicial (o que parece impossível) ainda existem duas faixas, “Reincremation” e “Mass Obliteration”, que tem a participação de George Fischer (Monstrosity e posteriormente Cannibal Corpse) nos vocais de apoio.

A banda iria gravar o mediano “Breeding The Spawn” um ano e meio depois. Para esse álbum, a Roadrunner se recusou a deixar a banda se juntar a Scott Burns no estúdio novamente, o que levou a uma gravação ruim e, eventualmente, à primeira saída de Smith da banda (ele voltou quando a banda se reformou em 2004 no disco ‘Souls to Deny”). Mas, por um momento brilhante em 1991, o Suffocation foi uma das bandas mais promissoras, novas, brutalmente pesadas e tecnicamente sólidas da cena. 30 anos depois, este ainda é um dos álbuns mais pesados ​​já gravados.

Lucas David

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