The Re-Stoned – “Analog” (Relançamento) (2017)

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The Re-Stoned “Analog” (Relançamento) (2017)
Oak Island RecordsNota: 9,5

Esse álbum é acachapante!

O que o Re-Stoned pratica em “Analog”, segundo álbum do trio russo, é sim um Stoner Rock psicodélico, que vai agradar em cheio fãs de nomes como Fu Manchu, Nebula, Kyuss e Color Haze, mas também vem dotado de uma gigantesca personalidade que cruza as fronteiras do Jazz e do Progressivo.

Originalmente, “Analog” foi lançado em 2011, mas ganha uma bem vinda reedição em vinil, agora em 2017.

Abusando de todos os recursos que o Rock Psicodélico sessentista e setentista oferecem para enriquecer sua proposta, apostam mais na lisergia do que no peso, explorando aquela psicodelia que brota das libertinas viagens instrumentais das jam sessions, cheias de improvisações, e atmosfera ácida, tudo bem modulado por uma produção envolvente e reconfortante.

E sem uma única linha vocal!

Sim, o trabalho é todo instrumental, o que cria um terreno perigoso para se caminhar, pois pode se tornar a harpa eólica do gênero, com os arranjos nos dando a impressão de incerteza, podendo significar qualquer coisa ou nada!

O que de fato não acontece aqui!

Como uma bem construída sinfonia psicodélica por doses cavalares de fuzz, o trio russo lançou mão de toda a sua bagagem do rock setentista para criar esta particular forma progressiva, onde se destacam “Crystals”, a sensual faixa título, “Feedback”, e o funk gorduroso de “Song For Jimmy” (que chega a lembrar o genial The New Mastersounds). Desfio-o a tentar não se lembrar das loucuras de Jimi Hendrix em suas jams enquanto estas duas últimas faixas se desenvolvem.

Ao mesmo tempo que temos passagens remetendo ao blues, ou a nomes como Black Sabbath e Led Zeppelin, estas, por sua vez, estão amarradas a um fio condutor experimental, com riffs de guitarra fortes, que beiram o Heavy Metal, envoltas por momentos de psicodelia espacial, forjando um Stoner Rock/Metal de altíssimo nível.

Neste contexto, “Analog” é um álbum jazzístico, psicodélico, progressivo e roqueiro!

Marcelo Lopes Vieira

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