Threshold – “Psychedelicatessen” (1994) (Relançamento 2024)
Nuclear Blast | Shinigami Records
#ProgMetal #MelodicMetal
Para fãs de: Dream Theater, Symphony X, Fates Warning
Texto por Caio Siqueira Iocohama
Nota: 7,5
“Psychedelicatessen”, lançado em 1994, é o segundo álbum da banda britânica de prog metal Threshold, marcando uma evolução significativa desde seu disco de estreia, “Wounded Land”. Com Glynn Morgan nos vocais, este álbum tem uma pegada mais pesada e refinada, consolidando o som característico da banda. As guitarras de Karl Groom e Nick Midson criam uma base firme para o álbum, com uma mistura de ritmos pesados e bons solos.
A variação rítmica é um dos pontos altos de “Psychedelicatessen”, com mudanças de tempo inesperadas que mantém o ouvinte em estado de alerta. O baterista Mark Heaney conduz as músicas com uma precisão técnica impressionante, alternando entre momentos mais intensos e seções mais “atmosféricas” A faixa inicial, “Sunseeker”, por exemplo, destaca-se por sua construção rítmica diferenciada, alternando entre compassos mais rápidos e progressões mais lentas que acrescentam uma textura interessante à sonoridade geral do álbum.
Musicalmente, o álbum é um dos mais pesados da carreira do Threshold, com menos elementos de teclado do que em lançamentos futuros. Morgan, embora não tão associado à banda como os vocalistas subsequentes, traz uma presença adequada ao som robusto do disco. Em faixas como “He Is I Am” e “A Tension of Souls”, o álbum explora uma sonoridade próxima ao thrash metal, mas sem perder a identidade progressiva.
Os teclados, executados por Richard West, desempenham um papel essencial na criação da atmosfera do álbum, muitas vezes adicionando camadas melódicas que contrastam com o peso das guitarras. Embora os teclados não sejam o elemento mais dominante em todas as faixas, eles aparecem nos momentos certos para suavizar e complementar a agressividade das guitarras, oferecendo um equilíbrio entre o peso do metal e a complexidade do rock progressivo. Esse contraste cria uma dinâmica interessante que é característica do som do Threshold.
“Devoted” é, sem dúvidas, uma música que merece bastante destaque. As guitarras são muito boas e os teclados ao fundo preenchem o som com uma excelente melodia. Já “Lost”, faixa bônus do relançamento, é a música mais curta de todo o álbum, além de ser uma acústica que possui bastante destaque nos ótimos vocais.
Também sendo um bônus, “Fist Of Tongues” tem o melhor riff de todo “Psychedelicatessen”, contrastando bastante com “Half Way Home” que encerra o álbum, que tem uma pegada mais melódica.
A grande questão do presente trabalho é a sua duração. Quase 1h e 20 min divididos em 13 músicas faz com que a audição seja mais cansativa, entretanto, possui uma base sólida que mescla metal tradicional com o progressivo. A coesão do álbum e a capacidade das performances individuais fazem dele um marco na discografia da banda, mostrando seu potencial.