Dark Fortress – “Spectres From The Old World” (2020)

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Dark Fortress – “Spectres From The Old World” (2020)
Century Media Records
#BlackMetal#ExtremeMetal#ProgressiveBlackMetal

Para fãs de: WatainBelphegorSatyricon

Nota: 9,5

O Dark Fortress foi formado há 26 anos na Alemanha, sendo uma formação dedicada ao Black Metal da segunda onda, capitaneado por V. Santura (guitarra, que também toca no Tryptikon) que, ao lado de músicos extremamente competentes, ao longo de 6 anos forjou este álbum que é um primor no quesito composição e no cuidado com os arranjos e texturas musicais, desbravando novas possibilidades sonoras dentro do estilo convencional da banda – o que já vinha acontecendo em seus últimos trabalhos.

O álbum começa violento, com “Coalescence”, que conta com uma abordagem mais tradicional, que certamente agradará aos fãs antigos da banda, seguindo nessa mesma linha no outro “Nascence” e “The Spider In The Web”. Vale mencionar o trabalho de bateria na faixa título, que conduz a música através da saturação inicial e é responsável pela abertura de cadência ao longo da audição, contando com um tema de guitarra bem contrastante em sua parte final. Vale conferir com atenção.

A produção é limpa e precisa, sabendo dar dobras às guitarras, quando as músicas pedem, introduzindo corais e elementos orquestrais nos espaços certos para conferir grandiosidade a certos trechos, sendo que as composições muito bem trabalhadas ao longo dos anos certamente facilitaram chegar ao resultado desejado ao longo de sua produção.

“Pali Aike” recebe um toque gótico e melancólico, sem perder o compromisso com a linha sonora condutora do trabalho como um todo, com teclados bem sacados e refrão grandioso. “Pazuzu” abusa de blast beats e cadência soturna, criando aquele clima de missa negra que tanto nos agrada e nos faz sentir mais próximos de Belzebu. Por sinal, Pazuzu, na mitologia suméria era o rei dos demônios do vento, filho do deus Hanbi. Ele também representava o vento sudoeste, que trazia as tempestades e a estiagem. É o que o Google diz, homologando a sensação que tive ao ouvir repetidamente esta obra de arte.

“Isa”, escolhida para single, dá um descanso ao ataque sonoro, o que vem a calhar, já que é um álbum denso, profundo e de difícil audição, tendo que ser entendido como uma obra completa. Belo interlúdio, com direito a inusitado solo de guitarra.

Depois da pausa para respirar, “Pulling Of The Threads” retorna à porradaria, mas com uma intervenção progressiva bem diferente no refrão, o que pode fazer estranhar os ouvidos dos mais puritanos. Eu adorei, até mesmo porque me fez lembrar Celtic Frost. É essa a toada da próxima música também, dando um ar mais ventilado ao Black Metal ortodoxo do início da obra, conferindo diversidade sonora que impressiona.

Partindo para o final, um interlúdio propriamente dito, conferindo ambiência tensa que abre caminho para o que está por vir em “Swan Song” e “Nox Irae”, músicas em que a banda esbanja técnica e entrosamento, escancarando sua frente progressiva, concluindo apoteoticamente este que certamente será um dos grandes lançamentos de Black Metal do ano.

Vai para minha pré-lista de melhores de 2020.

Wallace Magri

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