Hypocrisy – “The Fourth Dimension” (1994) (Relançamento 2023)

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Hypocrisy – “The Fourth Dimension” (1994) (Relançamento 2023)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#DeathMetal #MelodicDeathMetal

Para fãs de: Sinister, Dismember, At The Gates, Asphyx

Texto por Ricardo L. Costa

Nota: 8,5

A mudança de ares. A virada de chave que determinou daí por diante os rumos da carreira da banda. Existem duas fases distintas na trajetória do Hypocrisy: antes de “The Fourth Dimension” e pós “The Fourth Dimension”. Não que isso signifique que a banda deixou de produzir Death Metal, óbvio que não. O fato é que a mudança repercutiu principalmente na temática da banda, estendendo-se também para sua sonoridade.

O Death Metal visceral, selvagem e blasfemo cedeu lugar para algo mais elaborado, cadenciado e atmosférico, introduzindo nuances mais técnicas e até melódicas às composições. O lirismo outrora ultrajante agora caminhava para algo mais profundo, com questionamentos existencialistas, sobre vida além dessa dimensão e desse mundo. Não é preciso dizer que essa mudança gerou desconfiança e descontentamento por parte de alguns fãs.

A verdade é que essa nova roupagem perdura até hoje, ainda mais intensa, tornando-se uma identidade muito forte para a banda. “The Fourth Dimension”, ainda assim, é um grande trabalho de Death Metal (ou quase): forte, impactante, audacioso! Com a saída de Masse Broberg, Peter Tägtgren assume definitivamente os vocais, saindo-se muito bem, pois seu timbre vocal, além de se assemelhar ao de Broberg, encaixou muito bem na nova proposta do grupo.

 E como ficou tudo isso? Inicialmente, gera certa estranheza, afinal, sai ligeiramente de nossa zona de conforto, mas sejamos evoluídos e aceitemos de bom grado. A atmosfera densa e angustiante de “Apocalypse”, envolta numa cadência melódica e sinistra ao mesmo tempo, é um início que chama muito a atenção, no entanto, “Mind Corruption” trás as coisas aos seus devidos lugares (ainda que brevemente).

A tríade inicial é perfeita, pois “Reincarnation” segue numa cadencia melódica e grandiosa (lembra brevemente o Paradise Lost), contrastando com as anteriores e indicando que definitivamente as mudanças vieram pra ficar e solidificar a carreira do Hypocrisy. Temos ainda as empolgantes “Reborn”, “Path to Babylon” e “Orgy in Blood” que preservam a vertente mais crua de sua personalidade musical. O que mais destoa do contexto são as duas últimas faixas, a faixa titulo em questão e “The Arrival of The Demons”, não por serem ruins, muito longe disso, mas por serem bem distintas em relação ao restante do repertório do álbum.

Para finalizar, “Fourth Dimension” não é um trabalho prontamente assimilado numa primeira audição, principalmente se você é fã daquele Death Metal mais extremo dos primórdios, mas ao ouvir algumas vezes e passar a se identificar com a nova proposta, vai encontrar aqui um grande trabalho, digno, honesto e variado. Bem vindos a nova dimensão!

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