My Dying Bride – “Macabre Cabaret” (2020) (Relançamento 2024)
Shinigami Records
#DoomMetal #DeathMetal #GothicMetal
Para fãs de: Paradise Lost, Anathema, Katatonia
Texto por Will Menezes
Nota: 7,0
Particularmente, sempre fui admirador daqueles que dominam a arte de transformar as mais cruas e dolorosas emoções humanas em músicas e palavras. Uma emoção específica, que não corresponde à sua realidade atual, ser evocada pela arte sempre me fascinou. Assim, em relação ao doom metal, considero-me mais um admirador curioso e perplexo do que um simples “fã”.
Como um dos titãs da cena, os ingleses do My Dying Bride relançaram o marcante EP Macabre Cabaret, originalmente lançado em 2020 pela Nuclear Blast Records e agora relançado pela Shinigami Records. O EP chegou em um momento importante, após um hiato de cinco anos, e sucedeu o lançamento de um álbum fundamental para a banda, The Ghost of Orion.
O EP conta com três músicas que, como um bom exemplar de doom, se estendem por cerca de 20 minutos de uma harmoniosa e etérea ode à escuridão e ao sofrimento. A faixa de abertura, “Macabre Cabaret”, inicia com um crescendo fúnebre e quase cinematográfico de cerca de dez minutos. Os órgãos criam uma atmosfera etérea e sombria, na qual se desenham belas melodias harmonizadas de guitarras, preparando o terreno para a voz de Aaron Stainthorpe. A construção harmônica é bonita e lúgubre, conduzindo o ouvinte a uma experiência introspectiva e contemplativa.
“Secret Kiss” é uma faixa mais característica do estilo: operística, atmosférica, e muito mais pesada e direta que a anterior. No entanto, a faixa se mantém essencialmente morna, sem chamar a atenção por nenhum elemento em particular. O ritmo cai ainda mais na última faixa, “A Purse of Gold and Stars”, que se apresenta como a mais dispensável do EP. Os teclados e violinos tornam-se o centro gravitacional de uma canção difícil de ouvir, sem elementos que cativem a atenção ou curiosidade do ouvinte, encerrando o trabalho com uma queda de qualidade bastante decepcionante.
A impressão final é de que este EP foi lançado antes do tempo, sucedendo o álbum anterior em poucos meses. Talvez um tempo maior dedicado à produção e composição tivesse originado um produto mais robusto e criativo, mantendo os níveis de qualidade que a banda sempre apresentou no doom metal. Ainda assim, o trabalho revela a habitual flexibilidade e profundidade emocional do My Dying Bride, mantendo os ingleses relevantes na cena.