Six Feet Under – “Killing For Revenge” (2024)
Metal Blade Records
#DeathMetal
Para fãs de: Cannibal Corpse, Deicide, Obituary
Texto por Caio Siqueira Iocohama
Nota: 8,0
“Killing For Revenge” é o primeiro lançamento dos veteranos do Six Feet Under em quatro anos, o primeiro após o criticado “Nightmares Of The Decomposed” que reuniu Chris Barnes e Jack Owen após 25 anos. Inicialmente, o álbum deve ser escutado já sabendo dos vocais de Barnes, claramente desgastados após mais de 34 anos dedicados à música extrema. Não adianta esperar que será ao nível de “Haunted” (1995), afinal, estamos em 2024.
A primeira música, que foi lançada como primeiro single promocional do álbum “Know-Nothing Ingrate” mostra o estilo que a banda seguiria no decorrer de todo álbum: riffs rápidos da LENDA Jack Owen e Ray Suhy, bateria absurda de Marco Pitruzzella, o baixo notável e bruto de Jeff Hughell e uma considerável evolução dos vocais de Chris Barnes que estão mais brutos, comparado com o álbum anterior. Porém, “Amputator” de 2020 também demonstrou que poderia haver um bom caminho pela frente, mas foi acompanhado pela frustração, diferentemente de “Killing For Revenge”.
“Accomplice To Evil Deeds” é excelente. Curta, com apenas 02:18 de duração, começa com umas paradas que se repetem no refrão e são incríveis. Sem sombra de dúvidas uma das melhores músicas da banda em um recorte de tempo mais recente. Ainda, para completar uma trinca de pedradas capazes de redimir os últimos álbuns da banda, “Ascension” é brutal. Bateria com “blast beats”, riffs extremamente rápidos e os vocais se encaixaram muito bem.
“When The Moon Goes Down In Blood” mantém o estilo rápido e com um baixo bem técnico e perceptível. “Hostility Against Mankind” é pesada, deixando de lado a velocidade das músicas anteriores, que é consideravelmente retomada em “Compulsive”, mas não com tanta violência quanto as anteriores.
Por falar em violência, “Fit Of Carnage” também é brutal. Porém há uma quebra de clima com “Neanderthal”, que é bem arrastada e repetitiva. Mas nem dá tempo de sentir muito esta quebra porque “Judgement Day” chega quebrando tudo com um riff fantástico que o baixo também acompanha e a bateria simplesmente é uma máquina, assim como em “Bestial Savagery” e Mass Casualty Murdercide”. Esta última, é uma hostilidade pura.
Na reta final, “Spoils Of War” também tem bons riffs e o baixo faz um certo contraste que faz se destacar bem. Após tanta pedrada, o álbum se encerra com “Hair Of The Dog”, cover de Nazareth. Como é sabido, Six Feet Under gosta de fazer covers, deixando-os com a sua cara. Este, não foi diferente e ficou bem divertido.
Muita gente pode considerar que o álbum não seja AQUELE alto nível em decorrência da voz de Barnes, só que esquecem que anos e mais anos de Death Metal podem naturalmente causar o desgaste/cansaço que se encontra hoje. Porém, sabendo disso, dentro dos limites, está bom e o instrumental que está uma perfeição faz com que “Killing For Revenge” seja uma redenção de todo o período conturbado e criticado que o grupo passou recentemente.
