Wild Horses – “Bareback” (1991)

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Wild Horses“Bareback” (1991)
Atlantic Records | Wounded Bird Records
#MelodicHardRock

Para fãs de: DokkenScorpionsWhitesnake

Nota: 8,5

Os caminhos de Jeff Pilson e James Kottak se cruzaram pela primeira vez quando ambos participaram do disco de estreia do guitarrista Michael Lee Firkins. Tempos depois, a dupla se reencontraria no Wild Horses, grupo formado por Kottak e pelo vocalista Johnny Edwards, à época, egressos do Montrose. Só que Edwards, também conhecido por sua estadia no Buster Brown e no King Kobra — substituindo Mark Free em “King Kobra III” (1988) — duraria pouco: o convite para cantar no Foreigner, recebido quando as gravações deste “Bareback” já tinham data de início, era algo que ele não pôde rejeitar. O então desconhecido John Levesque ficaria com a vaga. Na guitarra, completando o time, o ex-Kingdom Come — banda da qual Kottak também fez parte — e futuro integrante do Warrant, Rick Steier.

Apresentado ao mercado sob o guarda-chuva do Glam Metal, “Bareback” não carrega em seu âmago os traços marcantes do gênero nem na letra nem na música. O disco todo é muito mais alinhado ao Melodic Rock, de temática sutilmente amadurecida e arranjos que priorizam o conjunto, não dando brecha para holofotes individuais e inevitáveis confrontos de ego. “Cool Me Down”, exercendo a dupla função de música de abertura e música de trabalho, encapsula a proposta com perfeição: é até hoje a canção mais conhecida do quarteto.

A voz de Levesque segue a escola de David Coverdale, cujos filhos pródigos e bastardos consistem na maioria dos vocalistas da época. Sua performance é especialmente grandiosa na power ballad “The River”, que traz um paredão de backing vocals no excelente refrão. As seis cordas de Steier, por sua vez, são a espinha dorsal de “Whiskey Train”, que foge do esquema, para alguns, acomodado, dos riffs baseados em acordes com um que é pura pressão. O lado sensível do quarteto dá as caras na questionadora “Matter of the Heart”, com Kottak notavelmente aliviando no peso conforme Levesque transita entre o mais grave e o mais agudo a bordo de uma letra simplesmente dilacerante.

Caso comum de talento que não se traduz em boa vendagem, “Bareback” naufragou devido à falta de interesse do público e de impulsionamento por parte da Atlantic Records. Desligados da gravadora quando esta sacou que o tipo de som do Wild Horses estava com os dias de glória contados, Kottak e os outros seguiram cada um o seu caminho, retomando as atividades pouco mais de uma década depois para um novo álbum, “Dead Ahead”, cuja repercussão foi ainda menor.

Marcelo Vieira

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