Brodequin – “Harbinger of Woe” (2024)
Old Shadows Records
#BrutalDeathMetal #DeathMetal
Para fãs de Origin, Suffocation, Pathology, Deicide, Disgorge, Liturgy
Texto por Ricardo L. Costa
Nota: 10
Pouco mais de meia hora de uma brutalidade condensada e estruturada nos moldes de algo realmente ameaçador, que te deixará aniquilado e soterrado sob toneladas de corpos sem vida! Os muitos anos de hiato serviram não só como recarga de energia, mas bem como a recomposição da força vital do Brodequin em sua jornada de destruição nos meandros da música extrema.
“Harbinger of Woe”, seu mais novo trabalho, chega até nós, separado por uma janela de vinte anos de seu antecessor (“Methods of Execution” de 2004), no entanto, sem perder nem um mísero resquício de sua violenta e intransigente essência. Nada se perdeu, ao contrário, fora adicionado, pois “Harbinger of Woe” transpõe as barreiras da agressividade não só sonora, mas também estética e lírica, expondo toda a barbárie de contexto histórico em composições tão mortíferas quanto as atrocidades nelas descritas.
O peso instrumental é colossal, assustador, conduzido numa velocidade e dinamismo que vão fazer até bandas de grindcore reverem seus conceitos e prioridades. Apesar do extremismo acachapante, tudo é inteligível até o limite do aceitável em obras do tipo (menos o vocal assustador de Jamie Bailey, que ultrapassa o consenso da sonoridade extrema), principalmente se estabelecermos um comparativo entre os álbuns anteriores.
Um aspecto a ser ressaltado e validado além do trivial é o trabalho de bateria de Brennan Shakelford. Caros leitores, o que o sujeito faz com o instrumento é quase um linchamento! Chega a ser atordoante o misto de técnica, pegada e peso desenvolvido no decorrer do álbum. Com tudo isso a prova, temos um repertório coeso, pautado invariavelmente na velocidade extrema, no entanto, com alguns momentos mais cadenciados para dar o ponto.
Em um clássico exemplo do “piscou, perdeu”, por conta do dinamismo e urgência das faixas, se torna complicado destacar uma ou outra, no entanto, todas funcionam com primazia num contexto geral. “Diabolical Edict”, “Of Pillars and Trees” e “Suffocation in Ash” são algumas das pérolas mais selvagens e violentas da história do Death Metal recente. Que não demorem mais vinte anos para se manifestarem!