Drowning Steps – “Dark Nostalgia” (2021)
Independente
#ProgressiveRock, #AcousticRock, #AtmosphericFolk, #Ambient
Para fãs de: Steven Wilson, Soup, Sigur Rós, Storm Corrosion, Porcupine Tree
Nota: 9,0
O Drowning Steps surgiu em 2016, em Marília — SP, como um projeto solo de Caio Claro. No mesmo ano de seu surgimento o projeto debutou com o EP “Even If…”, seguido pelo primeiro álbum, “The Comfort Of An Endless Pain”, lançado no ano seguinte. Em 2018, o até então trabalho solo, torna-se um duo com a adição do produtor/arranjador/tecladista, mil e uma funções Tiago Pierucci. “The Echo Of A Distant Past”, o seu segundo álbum, foi lançado dois anos mais tarde. “Dark Nostalgia” é o mais recente material da dupla —, um EP composto durante a pandemia, lançado de forma independente como todos os outros registros e conclui os temas abordados no segundo lançamento completo.
A composição que desabrocha o trabalho é “Childhood Shadows”, cuja beleza é tão singela quanto misteriosa. De uma trama musical simples, mas de progressões cativantes e evocativas. “The Fear Comes Up” desenvolve-se a partir de magníficas linhas de celo, creditadas a Ricardo Meira e delicados violões; encorpando-se em seu trajeto graças a atuação perfeita do baixista Ricardo Fogo e também do tecladista e arranjador Tiago Pierucci. Sobre os vocais de Caio Claro, nada a acrescentar, apenas que eles são indissociáveis do mosaico sonoro que é o Drowning Steps.
“If You Were Not Here” e “At Least For Today” são mais duas demonstrações de sutileza e do quão genuíno é o trabalho composto pela dupla. A primeira é um pequeno cômodo preenchido por emoções que se embalam em escritos acústicos e climatizações etéreas; ora expansivas e ora recolhidas. A segunda, por sua vez, é uma linda poesia musical, minimalista como sua predecessora e igualmente emotiva. Interessante dizer que cada mínimo fragmento do disco foi cuidadosamente pensado e executado — sejam eles discretos ou evidentes. Tal zelo torna a experiência de ouvir o trabalho bastante satisfatória.
“Dark Nostalgia” é brilhante em sua simplicidade e atraente, justamente por, em tempos cada vez mais complexos e abarrotados de ideias, apresentar-se despido de ambições a épico e também das imensas e dispensáveis construções instrumentais desprovidas de sentimentos. As composições são atmosféricas e imersivas, e conduzem o ouvinte a um mundo criado por melodias encantadoras, ambientações oníricas, vocalizações serenas e profundidade emocional. Sem sombra de dúvidas um registro gratificante e altamente recomendado. O Drowning Steps destaca-se novamente graças a sua qualidade musical ímpar, criatividade e inspiração. “Dark Nostalgia” e “Eclipsed” (do Fleesh) são duas belíssimas e imaculadas paisagens do Rock Progressivo/Atmosférico nacional, ambas concebidas ano passado. Ouça-os e apenas confirme.
Fábio Miloch