At The Gates – “The Nightmare of Being” (2021)
Century Media | Voice Music
#MelodicDeathMetal, #DeathMetal
Para fãs de: In Flames, Dark Tranquility, The Crown
Nota: 8,5
São mais de 30 anos de uma carreira sublime de uma banda que não tem medo de errar e/ou arriscar. Ficar parado olhando o pôr do sol não é para o At The Gates, pois definitivamente eles não nasceram para isso.
A cada lançamento, um novo rótulo dentro do seu pioneirismo surge. Com a chegada de “The Nightmare of Being”, um passe “aventureiro” em direção ao seu próprio estilo — acredito que por todos esses anos de inquietude podem se dar ao luxo de tirar rótulos e subgêneros de qualquer nomenclatura — a classificação correta deve ser apenas At The Gates e fim de papo!
A miscelânea dentro desde novo disco segue o ritmo de sempre, podendo-se viajar nos urros eloquentes, delirar nas quebradeiras progressivas, arrepiar-se em melodias impares, bater cabeças nos riffs ‘thrashers’, e, claro, sem deixar de aplaudir a cada investida de suas estruturas desconstruídas dentro das 10 faixas. A abertura seminal com “Spectre of Extinction”, uma música rápida que cai numa métrica semelhante a um clássico do Sepultura (ouça e descubra), mas que dosa em seu decorrer fraseados melódicos e brutais de guitarra, assim como “The Paradox”, que carrega consigo um teor bastante brutal e no melhor estilo voleio na nuca, tamanha a sua potência.
A faixa título chega para justamente “acalmar” os ânimos, com seu tom mais denso, subindo a cada passo e brincando numa bela mescla de Death Metal Melódico clássico com um respiro em meio ao furacão de emoções que está por vir. “Garden of Cyrus” é harmoniosa, com uma combinação de bom gosto sem fim, peso, gritos, melodias e um saxofone arrepiante diante de todo o caos desacelerado que a banda apresenta.
O enredo do trabalho gira em torno do pessimismo e do poder da energia negativa que gera o mundo. “The Nightmare of Being” é dark, mas de uma maneira que nos faz pensar na luz e não em permanecer no nevoeiro cinzento. Fato contrário de “Cult of Salvation” e “The Abstract Enthroned” que rasgam a carne dos desavisados tamanha a carga agressiva depositada, mostrando que se mover é preciso mesmo que você carregue o seu passado junto — aqui no caso, aquele jeito sueco de enfiar sentimentos em meio a tanta porradaria.
“The Fall into Times” é o encontro entre o Death Metal e o teatral Savatage. Em curtos trechos se nota essa inspiração nos nortes-americanos. “Cosmic Pessimamente” é sonolenta, quase uma canção de ninar sombria com seus diálogos lentos conduzindo o desejar rápido ao fim. O encerramento com “Eternal Winter of Reason”, sua pegada Doom Metal caprichada é de encher os olhos, fechando gloriosamente um “devaneio” artístico quase perfeito.
O sétimo trabalho de estúdio do At The Gates — “The Nightmare of Being”, é, como de costume, a metamorfose necessária para não se viver preso nas correntes do passado.
William Ribas